quarta-feira, 20 de julho de 2016

Nova Espiritualidade



Já ando há alguns (largos) anos, numa busca,  numa procura espiritual. O caminho espiritual não é uma coisa que se encontra ali ao virar da esquina. O caminho espiritual faz-se caminhando, ao nosso ritmo e muitas vezes as respostas que procuramos não são claras, nem vêm logo como que por magia. São precisos anos para nos darmos conta que as respostas estão precisamente dentro de nós. Vai uma grande distância entre a teoria, entre o conhecimento empírico e a prática,  das vivências, das experiências espirituais.  

No passado andei em escolas, segui alguns gurus, viajei, li alguns livros, as experiências que tive foram boas, mas ainda faltava algo, sentia que ainda não tinha feito a experiência de Deus na sua plenitude, de me sentir parte integrante do Todo. Caí como muitos na fascinação intelectual que o conhecimento esotérico proporciona. Deixei-me levar por algumas "verdades" de certos gurus, sem me preocupar em procurar a minha própria verdade, o meu próprio caminho. Não quer dizer que o que eles diziam estaria errado, mas ainda não tinha feito a minha própria experiência do Todo, de Deus.

Não sei precisar desde quando, mas há quem diga que foi a partir do ano de 2012, que começou a surgir gradualmente por todo planeta, uma nova espiritualidade. É um movimento espontâneo que precisamente, não tem gurus, escolas, igrejas, credos ou religião. Ou seja, este movimento está acima de qualquer credo e é como já disse espontâneo. Este movimento, não tem um nome específico, não tem um líder. As pessoas reúnem-se e falam das suas experiências espirituais. Tem por base obviamente as religiões e o melhor que elas nos têm para dar.

Num passado longínquo foi necessário que de vez em quando, seres especiais viessem à terra para tentar dar um rumo, ensinar aos humanos os valores da espiritualidade, da fé e do Amor. Dou os exemplos de Jesus, Maomé, Krishna, Buda e tantos outros... assim,  surgiram as religiões.

Acontece que a mensagem transmitida por esses mestres, foi muitas vezes mal interpretada por homens com interesses egoicos e ainda hoje o é. As religiões originais   sofreram demasiadas divisões feitas ao sabor das interpretações dos respetivos livros sagrados. Quem diz realmente a verdade? Onde é que ela habita? Numa religião? Ou no nosso coração?  A ideia de um despertar coletivo de que muitos autores falam é já uma realidade. Milhares de pessoas crentes ou não, estão aos poucos a despertar para uma realidade que até então não se tinham apercebido. Ou porque se dão conta que a vida vazia e cheia de stress não as leva a lado nenhum, ou porque lhes aconteceu algo de muito grave que as leva a repensar no que andam à fazer neste mundo,  ou porque, como no meu caso, várias coisas foram acontecendo durante as suas vidas, experiências, sinais, mensagens que levaram a indicar que o caminho era precisamente por aí. Despoleta-se assim um clique, como se fosse tudo claro como água! E  então dizemos: -como é que não vi isto antes?


Obviamente que a meditação e a oração são muito importantes. Eu levei algum tempo a  perceber isso. Mas a partir do momento em que passei a meditar com mais frequência, entendi muita coisa e obtive respostas a muitas questões espirituais. O processo de Despertar não é nada de especial e varia de pessoa para pessoa. O Despertar é tão só e apenas uma tomada de consciência de si mesmo, ter consciência que fazemos parte de um Todo, que a vida é um processo contínuo, feito de aprendizagens constantes a cada vez que viemos à terra. Muitas pessoas se estão a dar conta desta realidade. O clic pode ser uma frase, um livro, uma experiência mística, uma experiência traumática, ou outra coisa que saia da normalidade do dia a dia. Tudo faz parte de um processo, as vezes lento,  outras vezes mais rápido. Quando nos apercebermos que fazemos parte de um todo, que somos peças da engrenagem do Universo, que Deus não é uma entidade fora de nós, mas parte de nós, somos unos com Ele. Quando fazemos silêncio no nosso coração, Ele manifesta-se dando-nos paz. Aí sim estamos um pouco mais despertos.

P.Pascoal

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