quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mestre Eckhart - Um dos maiores Místicos da Igreja

RETIREI ESTE TEXTO DA NET(http://www.ihu.unisinos.br/) SOBRE UM TEOLOGO DA IDADE MÉDIA -Mestre Eckhart, MUITO INTERESSANTE.


"Peço a Deus que me livre de Deus’, pedia Mestre Eckhart

Muitas vezes a "representação" que fazemos de Deus acaba por identificar-se com "Deus em si mesmo". Ou seja, identificamos nossa representação "imanente" com o Deus "transcendente", escreve José María Castilloteólogo espanhol, no seu blog, Teología sin censura, 20-10-2010. A tradução é do Cepat.
Eis o texto.
"Peço a Deus que me livre de Deus". Isto é o que pedia a Deus o Mestre Eckhart, um dos maiores místicos que a Igreja já teve ao longo de sua história. Este homem, que nasceu em 1260 (Hochheim - Alemanha) e morreu em 1327 (Avignon - França), foi um dominicano que ocupou cargos de governo e ensino em sua Ordem Religiosa e na Universidade de Paris. Em 1326, o arcebispo de Colônia iniciou um processo contra os ensinamentos de Eckhartem seus sermões. O assunto chegou ao Papa João XXII que residia em Avignon. Mas o místico dominicano se submeteu, de antemão à decisão que pudesse tomar o Pontífice. Eckhart viajou para Avignon para se defender diante do papa, mas antes de poder apresentar a sua defesa, morreu inesperadamente.
Não pretendo expor aqui a doutrina do Mestre Eckhart, ensinamento complexo e nem sempre fácil de interpretar que se fundamenta no mais fundo radicalismo evangélico, em idéias filosóficas que tem sua origem em Plotino, e no "Guia dos Perplexos", deMaimônides. Como é lógico, tudo isto não cabe em um post de um blog tão simples como este. Dito isto, o que eu quero dizer é que o tema de Deus, que deveria servir para unir os humanos, com frequência serve ao contrário. Porque é um fato que a Deus em si mesmo ninguém o viu e nem pode ver (Jo 1, 18). Por isso cada povo, cada cultura, cada religião, cada grupo humano e cada indivíduo "representa-o" como pode. Ou quem sabe como convém ou interessa a cada um.
O problema não está em que aquele que acredita invente o "seu próprio Deus", de acordo com suas particulares conveniências. Não se trata disso. O problema radica no fato de que as pessoas que acreditam em Deus - por isso mesmo - têm a tendência (inconsciente) a relacionar determinados aspectos de usa vida e sua conduta, não com Deus em si, mas sim com a "representação de Deus" que cada qual faz. Ou quem sabe com a "representação de Deus" que lhe impuseram no ambiente religioso em que cresceu, em que vive e ao qual acaba se submetendo. Sobretudo, quando o crente de uma determinada religião está persuadido de que essa religião foi "revelada" por Deus mesmo. Inclusive – o que é ainda mais complicado – quando o crente pensa e aceita. Com isso, o que acontece é que a "representação" que fazemos de Deus acaba por identificar-se com  "Deus em si mesmo". Ou seja, identificamos nossa representação "imanente" com o Deus "transcendente".
E aqui, no processo íntimo (que se vive na intimidade do espírito) que acabo de destacar, aí é onde começa o perigo. O enorme e assombroso perigo que, sem dúvida, intuiu o Mestre Eckhard. É verdade que o pensamento do grande místico alemão ia muito mais longe, até a idéia de Deus mesmo. Mas eu não estou falando disso agora. Estou falando de nossos comportamentos. E bem sabemos que há aspectos de nossa conduta – de nossas idéias até nossos hábitos de vida – que, explicamos a partir de uma suposta vontade absoluta de Deus e por isso mesmo o fazemos de forma tão absoluta, intocável, indiscutível. Acaba que por detrás de posturas tão férreas, tão intransigentes, tão agressivas e até tão violentas, posturas (tão absolutamente intolerantes), tem-se um "deus intolerante", quem sabe um "deus violento". Por isso, às vezes, acontece que as posturas mais profundamente irracionais são, no fundo, posturas profundamente religiosas.
Muitas vezes, ao ver como se comportam ou falam algumas pessoas, me pergunto: "Em que deus acredita esse homem, ou que deus tem em sua cabeça esta mulher"? Eu me coloco muitas vezes essa pergunta por que não me cabe na cabeça que Deus, que é o Deus-Pai de todos os mortais, possa estar legitimando, justificando, impelindo ou promovendo o insulto, a palavra humilhante, a falta de respeito, a intolerância, a dureza de coração… Para não falar da ofensa descarada, do abuso e de tantas outras situações que causam dor, mal-estar, divisão e outras coisas que dá até vergonha em falar.
Quando penso nessas coisas e nesse tipo de situações, não posso deixar de lembrar de numerosos textos dos quatro evangelhos, nos quais Jesus afirma e insiste que quem "recebe", "acolhe", "escuta" ou "rejeita" a um ser humano, ainda que seja o ser humano mais frágil, uma criança, é a Jesus e a Deus a quem "recebe", "acolhe", "escuta" ou "rejeita" (Mt 10, 40; Mc 9, 37; Mt 18, 5; Lc 10, 16; 9, 48; Jo 13, 20). Mais ainda, no juízo definitivo que Cristo, o Senhor, fará de todas as nações da terra, o critério determinante é o que cada um fez ou deixou de fazer com qualquer ser humano (Mt 25, 31-45). Porque a dignidade de todo ser humano é tanta que se identifica com a dignidade do próprio Deus.
O Mestre Eckhart soube extrair dos ensinamentos de Jesus, o mais profundo que seguramente há nesses ensinamentos: a Deus o encontramos no "outro", O encontramos ou o depreciamos nos "outros". O perigo e o horror das religiões consiste em que podemos chegar a "divinizar" nossos sentimentos mais turvos e nossos ressentimentos mais baixos. Quando, em nome da defesa da fé em Deus privamos alguém de sua dignidade, de sua liberdade ou de seus direitos, incorremos em uma autêntica idolatria de blasfêmia. Até o extremo de que, por defender a "deus", desprestigiamos ou ofendemos ao verdadeiro Deus, o Deus que está em cada ser humano.
O problema está em que, para viver isto, não baste tê-lo na cabeça. O absolutamente necessário é o que o mesmoEckhart denominava de "despojamento de todo interesse, de todo desejo de possessão, de todo apego", que nos afaste ou nos coloque frente ao outro, seja quem seja. Nesse caso, a "espiritualidade" se converte em "identidade" do espírito humano como a divindade. Assim, e apenas assim, superamos a religião e a metafísica, a divisão do divino e do humano, o sagrado e o profano, e centramos nossa vida na honradez, no respeito, na bondade sem limites e na sinceridade sem fronteiras."

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Paramahansa Yogananda - uma das figuras mais proeminentes espirituais dos tempos modernos.

"Não é pela concentração em dogmas que poderemos alcançar Deus e sim pelo verdadeiro conhecimento da alma... Para mim, não existem judeus, cristãos ou hindus; todos são meus irmãos. Eu presto adoração em qualquer templo, pois todos foram construídos em honra de meu Pai."
Paramahansa Yogananda
"O Homem não é importante pelo seu Ego ou pela sua personalidade. 
O Homem é importante porque, como alma, ele é parte de Deus."
Paramahansa Yogananda

Um diamante terá o menos valor só por estar coberto de lama?
Deus vê a beleza imutável da sua alma.
Ele sabe que nós não somos os nosso erros
Paramahansa Yogananda

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O que é a iluminação?


Nada mais simples, a iluminação é ver... onde outrora não víamos, passamos a ver o que sempre esteve dentro de nós!

A partir do momento que conseguirmos aquietar a mente, damos espaço para entrar a luz(Deus) e a partir daí poder sintonizar-se com o a nossa pequena chispa divina. Quando conseguirmos fazer essa sintonização e estar conscientes do Agora, a Iluminação acontece.

Deixo aqui um pequeno texto do livro "O Poder do Agora" de Eckhart Tolle, um grande mestre contemporâneo:

"Há mais de trinta anos que um pedinte se sentava na berma de uma estrada. Um dia, passou por ali um estranho. "Dá-me uma moedinha?" pedinchou o pobre, estendendo automaticamente o seu velho boné de basebol. "Não tenho nada para te dar", disse-lhe o estranho. Depois perguntou: "o que é isso em que estás sentado?" "nada", respondeu o pedinte. "Apenas uma caixa velha. Sento-me nela desde que me lembro." "Algum dia viste o que tem dentro?" Tornou o estranho. "Não", respondeu o pobre. "De que me serviria? Não há nada lá dentro." "Vê o que tem dentro", insistiu o estranho. O pedinte conseguiu forçar a tampa. Com surpresa, incredulidade e exaltação, verificou que a caixa estava cheia de ouro.
Eu sou aquele estranho que não tem nada para lhe dar, mas que lhe diz para olhar para dentro. Não para dentro de uma caixa qualquer, como na parábola, mas para dentro de uma coisa ainda mais próxima: para dentro de si próprio.
"Mas eu não sou um pedinte", dirá você.
Todos aqueles que não encontraram a sua verdadeira riqueza, que é a radiosa alegria do Ser e a paz profunda e inabalável que a acompanha, são pedintes, por maior que seja a fortuna material que possuam. Esses, para terem valor, segurança ou amor, procuram fora de si vislumbres de prazer ou de realização pessoal, enquanto que dentro de si próprios possuem um tesouro que não só inclui todas aquelas coisas, mas é também infinitamente maior do que tudo o que o mundo tem para lhes oferecer.
A palavra iluminação invoca a ideia de uma realização sobre-humana, e o ego gosta de a encarar assim, mas ela não é mais do que o seu estado natural de união sentida com o Ser. É um estado de ligação com alguma coisa incomensurável e indestrutível, com uma coisa que, quase paradoxalmente, constitui a sua essência e, no entanto, é muito maior do que você. Trata-se de encontrar a sua verdadeira natureza, para além de um nome e de uma forma. A incapacidade de sentir essa ligação dá origem à ilusão da separação, tanto de si próprio como do mundo à sua volta. Você tem então a percepção de si próprio, consciente ou inconscientemente, como um fragmento isolado. Surge o medo, e o conflito interior e exterior torna-se uma norma.
Gosto da definição simples que Buda deu da iluminação: "o fim do sofrimento". Não há nada de sobre-humano nisto, não é verdade? É certo que, como definição, é muito incompleta. Apenas lhe diz o que a iluminação não é: não é sofrimento. Mas o que resta quando deixa de haver sofrimento? Buda mantém silêncio quanto a isso, e o seu silêncio significa que cada um tem de o descobrir sozinho. Ele utiliza uma definição negativa para que a mente a não possa transformar numa crença ou numa realização sobre-humana, numa meta que não possa alcançar. Apesar desta precaução, a maioria dos budistas ainda acredita que a iluminação é para Buda, não para eles, pelo menos na vida presente."


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O planeta Terra é o ginasio espiritual da humanidade

Muita gente se pergunta: qual o sentido da nossa vida? Qual a nossa missão neste mundo? O que raio andamos por aqui a fazer? De onde viemos? Para onde vamos? Somos um corpo com alma? Existe Deus? Porque me aconteceu isto?

Suponho que muitos já terão feito estas perguntas, mas as respostas tardam a chegar, ou nunca chegam. Ficamo-nos muitas vezes pela rama, culpamos Deus por algum mal que nos aconteça, ou vemos nele a resposta para tudo e mais alguma coisa.
A coisas não são tão lineares assim, mas também não são tão complexas que tenhamos de fazer um estudo profundo às várias religiões e filosofias para obtermos as respostas!

Sim, porque as respostas a todas essas questões, estão em nós mesmos.

No tempo em que fui militar, aprendi uma máxima que dizia: "Instrução dura, combate fácil". Um bom soldado tem de estar sempre em alerta e preparado para o que der e vier, para isso, tem de ter uma instrução exigente e dura. Acontece o mesmo em relação aos atletas, se querem chegar à alta competição terão de dar o máximo durante os treinos. No momento em que somos postos à prova torna-se tudo mais fácil, daí a dureza na fase de aprendizagem.

Isto responde de certa maneira à pergunta: Qual a nossa missão neste mundo?
Estamos neste planeta precisamente para treinar e nos pormo à prova a cada momento. Se encararmos o planeta Terra como um ginásio espiritual, obteremos muitas respostas às nossas questões.


Nas questões: Donde viemos? para onde vamos? Se temos Alma ou não?

A resposta está na própria natureza e no modo como funciona, basta olhar à nossa volta.

Tudo funciona em ciclos, temos um ponto de partida e um ponto de chegada que coincide novamente com outro ponto de partida e assim sucessivamente. São os ciclos da natureza(Ex. uma árvore: nasce, cresce, vive e morre, deita sementes à terra e renasce, cresce.....), os ciclos das estações(primavera, verão, outono inverno), o dia a seguir à noite, o ciclo dos planetas e estrelas. Tudo anda à roda. Tudo tem um movimento de ida e de volta, tudo tem dois lado, duas faces, é a noite e o dia, o quente e o frio, o bem e o mal, é o ying e o yang, é a roda do Samsara, os chacras, etc. tudo está de um modo ou de outro ligado a esta dinâmica.

Com o ser humano passa-se obviamente o mesmo, fisicamente nasce, cresce, vive e morre, sendo que a alma que pertenceu ao corpo e entregue à terra, vai passar por uma fase em que regressa ao "Todo" ou Deus e é submetida a uma espécie de avaliação em relação aquilo que fez ou não fez na anterior vida, para depois ser novamente enviada à terra e reencarnar numa nova criança que nasça algures neste planeta, cumprindo-se assim o ciclo.

Como disse acima, basta olhar para o funcionamento da natureza para percebermos tudo isto, tudo são ciclos.

Saímos do "Todo"(Deus), para regressar a Ele, sempre numa prespectiva de termos aprendido alguma coisa no planeta onde somos "treinados". Esta é a lei da evolução, que responde à pergunta: "o que raio andamos aqui a fazer?"

A nossa missão é sempre melhorar. A cada vez que viemos a este planeta, temos a oportunidade de melhorar algum aspecto mais negativo que tenhamos, para isso, somos postos à prova diariamente. Lidaremos nesta vida com pessoas, situações e acontecimentos bons e maus. As situações e acontecimentos bons, serão como as grandes ou pequenas vitórias que um "atleta" tem ao longo da vida. As dificuldades da vida, os nosso egos/defeitos, as tragédias, os acidentes e demais coisa negativas seriam as verdadeiras provas e obstáculos que um "atleta" tem de passar. São estas provas externas e internas que impedem e dificultam o "atleta" de seguir em frente. Daí o treino ser muito importante, Nunca devemos desistir de tentar passar os obstáculos. Pode não ser à primeira, nem à décima vez, mas um dia conseguiremos e quando esse dia chegar ficará tudo muito mais fácil.


O "Todo" de que falo acima é, nada mais nada menos que Deus ou Universo, ou outro nome que quiserem dar. Alias, o nome não interessa, até porque se lhe damos um nome ou uma forma, acabamos por ser tendenciosos dizendo erradamente: "este é o meu deus", ou pior ainda, "o meu deus é melhor que o teu".

Eu prefiro definir Deus como Amor puro e incondicional. Deus é uma energia de Amor poderosa e inesgotável que flui por todo o lado: É o Prana, para os hindus; o Chi, para os chineses; o Ka, para os egípcios; o Pneuma, para os gregos; e Nefesh, para os judeus. Na Polinésia ela é conhecida como Mana e os russos a identificam como bioenergia. Para os alquimistas ela é o Fluido da Vida e para os cristãos, Luz ou Espírito Santo. Como vemos, esta "energia" é universal e comum a todas as religiões e filosofias, não havendo hipótese de a negar.


Paulo Pascoal