quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O que é a iluminação?


Nada mais simples, a iluminação é ver... onde outrora não víamos, passamos a ver o que sempre esteve dentro de nós!

A partir do momento que conseguirmos aquietar a mente, damos espaço para entrar a luz(Deus) e a partir daí poder sintonizar-se com o a nossa pequena chispa divina. Quando conseguirmos fazer essa sintonização e estar conscientes do Agora, a Iluminação acontece.

Deixo aqui um pequeno texto do livro "O Poder do Agora" de Eckhart Tolle, um grande mestre contemporâneo:

"Há mais de trinta anos que um pedinte se sentava na berma de uma estrada. Um dia, passou por ali um estranho. "Dá-me uma moedinha?" pedinchou o pobre, estendendo automaticamente o seu velho boné de basebol. "Não tenho nada para te dar", disse-lhe o estranho. Depois perguntou: "o que é isso em que estás sentado?" "nada", respondeu o pedinte. "Apenas uma caixa velha. Sento-me nela desde que me lembro." "Algum dia viste o que tem dentro?" Tornou o estranho. "Não", respondeu o pobre. "De que me serviria? Não há nada lá dentro." "Vê o que tem dentro", insistiu o estranho. O pedinte conseguiu forçar a tampa. Com surpresa, incredulidade e exaltação, verificou que a caixa estava cheia de ouro.
Eu sou aquele estranho que não tem nada para lhe dar, mas que lhe diz para olhar para dentro. Não para dentro de uma caixa qualquer, como na parábola, mas para dentro de uma coisa ainda mais próxima: para dentro de si próprio.
"Mas eu não sou um pedinte", dirá você.
Todos aqueles que não encontraram a sua verdadeira riqueza, que é a radiosa alegria do Ser e a paz profunda e inabalável que a acompanha, são pedintes, por maior que seja a fortuna material que possuam. Esses, para terem valor, segurança ou amor, procuram fora de si vislumbres de prazer ou de realização pessoal, enquanto que dentro de si próprios possuem um tesouro que não só inclui todas aquelas coisas, mas é também infinitamente maior do que tudo o que o mundo tem para lhes oferecer.
A palavra iluminação invoca a ideia de uma realização sobre-humana, e o ego gosta de a encarar assim, mas ela não é mais do que o seu estado natural de união sentida com o Ser. É um estado de ligação com alguma coisa incomensurável e indestrutível, com uma coisa que, quase paradoxalmente, constitui a sua essência e, no entanto, é muito maior do que você. Trata-se de encontrar a sua verdadeira natureza, para além de um nome e de uma forma. A incapacidade de sentir essa ligação dá origem à ilusão da separação, tanto de si próprio como do mundo à sua volta. Você tem então a percepção de si próprio, consciente ou inconscientemente, como um fragmento isolado. Surge o medo, e o conflito interior e exterior torna-se uma norma.
Gosto da definição simples que Buda deu da iluminação: "o fim do sofrimento". Não há nada de sobre-humano nisto, não é verdade? É certo que, como definição, é muito incompleta. Apenas lhe diz o que a iluminação não é: não é sofrimento. Mas o que resta quando deixa de haver sofrimento? Buda mantém silêncio quanto a isso, e o seu silêncio significa que cada um tem de o descobrir sozinho. Ele utiliza uma definição negativa para que a mente a não possa transformar numa crença ou numa realização sobre-humana, numa meta que não possa alcançar. Apesar desta precaução, a maioria dos budistas ainda acredita que a iluminação é para Buda, não para eles, pelo menos na vida presente."


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O planeta Terra é o ginasio espiritual da humanidade

Muita gente se pergunta: qual o sentido da nossa vida? Qual a nossa missão neste mundo? O que raio andamos por aqui a fazer? De onde viemos? Para onde vamos? Somos um corpo com alma? Existe Deus? Porque me aconteceu isto?

Suponho que muitos já terão feito estas perguntas, mas as respostas tardam a chegar, ou nunca chegam. Ficamo-nos muitas vezes pela rama, culpamos Deus por algum mal que nos aconteça, ou vemos nele a resposta para tudo e mais alguma coisa.
A coisas não são tão lineares assim, mas também não são tão complexas que tenhamos de fazer um estudo profundo às várias religiões e filosofias para obtermos as respostas!

Sim, porque as respostas a todas essas questões, estão em nós mesmos.

No tempo em que fui militar, aprendi uma máxima que dizia: "Instrução dura, combate fácil". Um bom soldado tem de estar sempre em alerta e preparado para o que der e vier, para isso, tem de ter uma instrução exigente e dura. Acontece o mesmo em relação aos atletas, se querem chegar à alta competição terão de dar o máximo durante os treinos. No momento em que somos postos à prova torna-se tudo mais fácil, daí a dureza na fase de aprendizagem.

Isto responde de certa maneira à pergunta: Qual a nossa missão neste mundo?
Estamos neste planeta precisamente para treinar e nos pormo à prova a cada momento. Se encararmos o planeta Terra como um ginásio espiritual, obteremos muitas respostas às nossas questões.


Nas questões: Donde viemos? para onde vamos? Se temos Alma ou não?

A resposta está na própria natureza e no modo como funciona, basta olhar à nossa volta.

Tudo funciona em ciclos, temos um ponto de partida e um ponto de chegada que coincide novamente com outro ponto de partida e assim sucessivamente. São os ciclos da natureza(Ex. uma árvore: nasce, cresce, vive e morre, deita sementes à terra e renasce, cresce.....), os ciclos das estações(primavera, verão, outono inverno), o dia a seguir à noite, o ciclo dos planetas e estrelas. Tudo anda à roda. Tudo tem um movimento de ida e de volta, tudo tem dois lado, duas faces, é a noite e o dia, o quente e o frio, o bem e o mal, é o ying e o yang, é a roda do Samsara, os chacras, etc. tudo está de um modo ou de outro ligado a esta dinâmica.

Com o ser humano passa-se obviamente o mesmo, fisicamente nasce, cresce, vive e morre, sendo que a alma que pertenceu ao corpo e entregue à terra, vai passar por uma fase em que regressa ao "Todo" ou Deus e é submetida a uma espécie de avaliação em relação aquilo que fez ou não fez na anterior vida, para depois ser novamente enviada à terra e reencarnar numa nova criança que nasça algures neste planeta, cumprindo-se assim o ciclo.

Como disse acima, basta olhar para o funcionamento da natureza para percebermos tudo isto, tudo são ciclos.

Saímos do "Todo"(Deus), para regressar a Ele, sempre numa prespectiva de termos aprendido alguma coisa no planeta onde somos "treinados". Esta é a lei da evolução, que responde à pergunta: "o que raio andamos aqui a fazer?"

A nossa missão é sempre melhorar. A cada vez que viemos a este planeta, temos a oportunidade de melhorar algum aspecto mais negativo que tenhamos, para isso, somos postos à prova diariamente. Lidaremos nesta vida com pessoas, situações e acontecimentos bons e maus. As situações e acontecimentos bons, serão como as grandes ou pequenas vitórias que um "atleta" tem ao longo da vida. As dificuldades da vida, os nosso egos/defeitos, as tragédias, os acidentes e demais coisa negativas seriam as verdadeiras provas e obstáculos que um "atleta" tem de passar. São estas provas externas e internas que impedem e dificultam o "atleta" de seguir em frente. Daí o treino ser muito importante, Nunca devemos desistir de tentar passar os obstáculos. Pode não ser à primeira, nem à décima vez, mas um dia conseguiremos e quando esse dia chegar ficará tudo muito mais fácil.


O "Todo" de que falo acima é, nada mais nada menos que Deus ou Universo, ou outro nome que quiserem dar. Alias, o nome não interessa, até porque se lhe damos um nome ou uma forma, acabamos por ser tendenciosos dizendo erradamente: "este é o meu deus", ou pior ainda, "o meu deus é melhor que o teu".

Eu prefiro definir Deus como Amor puro e incondicional. Deus é uma energia de Amor poderosa e inesgotável que flui por todo o lado: É o Prana, para os hindus; o Chi, para os chineses; o Ka, para os egípcios; o Pneuma, para os gregos; e Nefesh, para os judeus. Na Polinésia ela é conhecida como Mana e os russos a identificam como bioenergia. Para os alquimistas ela é o Fluido da Vida e para os cristãos, Luz ou Espírito Santo. Como vemos, esta "energia" é universal e comum a todas as religiões e filosofias, não havendo hipótese de a negar.


Paulo Pascoal